sexta-feira, 29 de maio de 2009

O papel da taxa de desconto do Banco da Inglaterra no gerenciamento do padrão ouro e no sistema financeiro Internacional entre 1890 - 1914





















Baseando nos textos de Eichengreen e Aglietta

Segundo Aglietta, a taxa de desconto do Banco da Inglaterra permitir que este exercesse uma regulação precisa sobre os câmbios. Portanto, sua taxa de desconto era uma poderosa alavanca. A estabilidade das taxas de câmbio e o alinhamento das taxas de juros estrangeiras com a taxa de desconto do Banco da Inglaterra estavam ligados a crença, indefectível por parte dos operadores de todo mundo, a paridade ouro da libra esterlina.

A oferta de moeda obedecia a uma dupla influência: de um lado, as autoridades monetárias tinham que defender a paridade ouro de suas divisas; de outro, os operadores privados davam por certo que as autoridades iam defender a paridade. Nessas condições, a taxa do Banco da a Inglaterra era efetivamente a diretriz. Quando a taxa de juros interna era superior a taxa diretriz, a arbitragem de juros desencadeava a entrada de capitais que aumentavam a oferta de moeda. Quando ele inferior, a arbitragem provocava a saída de capitais que reduziam a oferta de moeda. Se derivava um desequilíbrio no mercado monetário do país, excesso de oferta de moeda no primeiro caso, excesso de demanda de moeda no segundo, que fazia variar a taxa de juros interna para alinhá-la com a taxa diretriz.

Segundo o Eichengreen, através da manipulação de sua taxa de redesconto, o Banco Central podia intervir no volume de crédito doméstico. O banco de aumentar ou reduzir a disponibilidade de crédito para restaurar o equilíbrio do balanço de pagamentos sem que fosse necessário realizar a transferência de ouro. Quando uns bancos centrais, prevendo a perdas de ouro, elevava sua taxa de redesconto, reduzindo assim o seu estoque de ativos domésticos que lhe rendia juros, ocorreria um enxugamento do volume de dinheiro no mercado. Verifica-se uma redução no volume de dinheiro em circulação e o equilíbrio externo era restaurado sem necessidade de uma saída real de ouro do país.

sábado, 23 de maio de 2009

Usando o exemplo do mecanismo de arbitragem, através do funcionamento da Lei de Gresham.


Os países que adotaram padrão bimetálico faziam o papel de ligação entre os blocos de nações que praticavam, de um lado, o padrão ouro e, de outro, o padrão prata. Essa característica permitiu sistema de arbitragem, que é a tentativa de enriquecimento através da exploração de taxas de câmbio entre diferentes países.


Exemplo:“Um interessado poderio de importar 15,5 onças de prata e levá-la para casa dando é para se cunhadas. Em seguida, poderia trocar essa moeda de prata por outra contendo uma onça de ouro. Esse ouro poderia ser exportado e trocado por 16 a onças de prata nos mercados externos (uma vez de 16 para 1 era o preço lá vigente). Essa prática de arbitragem permitia não apenas recuperar investimentos como também obter meia a onça extra de prata."[1].


Tal movimento de metais em países com diferentes relações entre ouro e prata. Que continuou sendo incentivado enquanto houver uma relação de preços acima da proporção de sua utilização na cunhagem das respectivas moedas. Ou seja, nessa transação continuará até o momento em que a transação forneça um ganho que supere o valor do transporte e da diferença de preços dos metais entre os países. Essa realidade pode fazer com que a moeda boa seja expulsa pela moeda ruim, devido ao grande influxo do país. Como explica a Lei de Gresham.


Bibliografia:Eichengreen,B. Padrão Ouro. A Globalização do Capital. Pág 33, parágrafo 2.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

O princípio que fundamentou a unidade da moeda chave inglesa (Libra) frente à pluralidade de divisas, na visão de Aglietta.


Segundo Aglietta, o princípio que fundamenta a unidade da moeda chave inglesa frente a pluralidade de diversas foi o endividamento baseado na a assimetria de que os presidentes do país emissor são, ao mesmo tempo, devedores e credores dos não-residentes. Havia também a questão da confiança, no sentido de que os não-residentes devem ser credores seguros dos bancos emissores, que significa dizer que os credores não podiam deixar dúvidas em relação a suas intenções de conservar essas balanças líquidas no futuro; o ouro garantir a segurança.


Mas existia um sinal de fragilidade que afetava a confiança, e este sinal era dado através de indicadores estatísticos. Em 1913, todos acreditavam na libra como divisa chave. No entanto, a relação das reservas de ouro da Inglaterra e suas obrigações estrangeiras eram de 38%. A manutenção da confiança na moeda como divisa chave é baseada na seguridade de uma ordem econômica embasada na permanência dos compromissos privados, dentro e fora do país.


A moeda é o símbolo de uma civilização que exaltava a liberdade do indivíduo, a propriedade e o contrato. Assim, o ouro era, portanto, o símbolo da transcendência da ordem monetária frente às instituições estatais. Portanto, o mais importante era manter a conversibilidade do ouro, ou seja, o mais importante era preservar o valor nominal dos contratos em detrimento dos objetivos macroeconômicos.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

O papel de “pára-choques" desempenhado pelo sistema financeiro da Índia durante o funcionamento do padrão ouro de 1890-1914.


A Índia desempenhou um importante papel no sistema financeiro internacional no período 1890-1914. O sistema de compensação internacional implicava que o superávit comercial da Índia com o resto do mundo e seu déficit comercial com a Inglaterra permitiu que esta equilibrasse suas compensações de sua conta corrente do balanço de pagamentos.


Além disso, a Índia e também África do Sul eram os principais fornecedores de ouro, que era absorvido pela Inglaterra. Assim, o sistema monetário indiano fornecia uma grande massa de manobra que as autoridades britânicas poderiam utilizar formas a completar suas reservas e manter Londres como centro do sistema monetário internacional.


Por sua vez, o sistema monetário norte-americano neste mesmo período, atuava como desbalanceador do Padrão Ouro, ou seja, tinha uma posição oposta à da Índia. Não havia Banco Central nos EUA para regular as atividades econômicas nesse período, o centro financeiro era de Nova York. Portanto, todo ouro existente no país não era a colocado no sistema financeiro internacional. Os agentes econômicos, através dos bancos, tinham forte tendência a entesourar, isto é, todo ouro que entrava no país era retido pelos seus possuidores.
Bibliografia:
Baseando-se em Eichengreen e Aglietta,

domingo, 17 de maio de 2009

Economia Internacional - Padrão-Ouro Seculo XIX até a Primeira Guerra Mundial


O padrão-ouro foi o sistema monetário vigorante desde o século XIX até a Primeira Guerra Mundial e, basicamente, consistia na adoção, por parte das instituições financeiras de cada país que aderisse ao arranjo, de um preço fixo de sua moeda em relação ao ouro. Desse modo, as autoridades deveriam exigir dos bancos e demais instituições monetárias que negociassem seus passivos respeitando esse preço fixo em relação ao ouro, como forma de estabilizar a economia.
Em termos internacionais, o padrão-ouro significou a adoção de um regime cambial fixo por parte de praticamente todos os grandes países comerciais de sua época. Cada país se comprometeu em fixar o valor de sua moeda em relação a uma quantidade específica de ouro, e a realizar políticas monetárias, de compra e venda de ouro, de modo a preservar tal paridade definida.

Operando no regime de padrão-ouro, o banco central de cada país mantém grande parte de seus ativos de reserva internacional sob a forma de ouro. As diferenças entre as reservas de ouro sob a propriedade de cada país refletia, portanto, as suas necessidades comerciais. Pois, nesse padrão, os fluxos de ouro financiavam os desequilíbrios nas balanças de pagamentos de cada país. Se um país fosse deficitário em sua balança de pagamentos, isto é, se a soma de bens e serviços importados do exterior fosse superior à soma de bens e serviços exportados ao mesmo, o país deveria corrigir o déficit exportando ouro. Os países superavitários, por sua vez, tornavam-se importadores de ouro.

As “regras do jogo” prevalecentes no sistema de padrão-ouro eram simples: a quantidade de reservas de ouro do país determinava, portanto, a sua oferta monetária. Se um país fosse superavitário em sua balança de pagamentos, deveria importar ouro dos países deficitários. Isso elevaria sua oferta interna de moeda, levando a uma expansão da base monetária, o que provocaria um aumento de preços que, no final das contas, tiraria competitividade de seus produtos nos mercados internacionais, freando assim, novos superávits. Já se o país fosse deficitário na balança comercial, exportaria ouro, sofreria contração monetária, seus preços internos baixariam e, no final das contas, aumentaria a competitividade de seus produtos no exterior..

Em resumo, o padrão-ouro visava uma situação de equilíbrio na economia internacional de modo que cada país mantivesse uma base monetária consistente com a paridade cambial, mantendo assim uma balança comercial equilibrada.

Durante a Primeira Guerra Mundial, a maioria dos países abandonou o padrão-ouro, principalmente devido às expansões monetárias e fiscais realizadas por eles durante a guerra, as quais desequilibraram enormemente o comércio internacional.

sábado, 16 de maio de 2009

Fontes renovável - Bibliografia - 7/7





Bibliografia:


REIS, Lineu Belico dos; SILVEIRA, Semida. Energia Elétrica para o Desenvolvimento Sustentável. São Paulo, Edusp, 2000


REIS, Lineu Belico dos; Geração de Energia Elétrica. São Paulo, Manolo, 2003MILARÉ, E.; BENJAMIN, A. Estudo de Impacto ambiental. São Paulo, RT,1993


Sites:


















Fontes renovável - Conclusões- 6/7


Conclusão

Em 2007, o investimento global em energias renováveis registrou um crescimento de 60%. Segundo o relatório da ONU, as fontes eólica e solar receberam US$ 148 bilhões, com destaque para o Brasil, Índia e China, os quais receberam 22% dos investimentos mundiais, equivalendo a US$ 26 bilhões. Enquanto China e Índia desenvolveram o setor de energia eólica, o Brasil tenta manter o cenário de renovável às custas de grandes hidrelétricas e etanol.

Além disso, de acordo com o relatório, a energia eólica atraiu a maior parte dos aportes (US$ 50,2 bilhões de dólares). Dessa forma, a potência instalada no mundo saltou de 1,9 GW em 1990 para 39 GW em 2003. Isso foi possível graças à redução do custo da energia eólica, em 1982 estava em torno de 3.500 Euros por kW, enquanto em 2002 caiu para 1.100 Euros.

Entretanto, em muitas regiões, como no Brasil, o período de melhores ventos é diferente do período de cheias, portanto, esta fonte pode ser empregada de forma complementar à hidroeletricidade. Em países com matrizes energéticas fortemente dependentes de termoeletricidade, a difusão do uso de energia eólica pode significar uma grande redução das emissões de gases.

Sendo assim, as hidrelétricas têm sido bastante questionadas quando se trata de grandes aproveitamentos, uma vez que quando suas bacias de reservatórios são grandes e acabam inundando vegetações, elas podem levar a grandes emissões de gases. Além disso, a construção de suas bacias pode requerer grandes deslocamentos de pessoas. Por essas razões, organismos internacionais praticamente cortaram linhas de financiamento para grandes hidrelétricas há algum tempo.

No entanto, o mercado que mais cresceu foi o de energia solar. O segmento recebeu cerca de US$ 28,6 bilhões, três vezes mais que em 2004. Vários países vêm adotando programas agressivos visando a sua massificação. Há no mundo cerca de 62 milhões de m2 de coletores, mais da metade na China, cerca de 25% na UE e cerca de 20% no Japão. Isso foi possível graças a sua redução do seu custo, em 1982 era cerca de 13.000 Euros e em 2002 caiu para cerca de 6.000 Euros.

Já a energia solar fotovoltaica vem recebendo massivos incentivos de países desenvolvidos, uma vez que uma pequena área do planeta permite suprir as necessidades energéticas da humanidade. Dessa forma, nos últimos anos, o Japão, países europeus e os EUA vêm aumentando significativamente o uso de painéis fotovoltaicos conectados à rede, que dispensam a necessidade do uso de baterias. Sendo assim, a produção mundial de células fotovoltaicas em 2003 foi de 742 MWp, 40 % maior que a de 2002.