sábado, 16 de maio de 2009

Fontes renovável - Conclusões- 6/7


Conclusão

Em 2007, o investimento global em energias renováveis registrou um crescimento de 60%. Segundo o relatório da ONU, as fontes eólica e solar receberam US$ 148 bilhões, com destaque para o Brasil, Índia e China, os quais receberam 22% dos investimentos mundiais, equivalendo a US$ 26 bilhões. Enquanto China e Índia desenvolveram o setor de energia eólica, o Brasil tenta manter o cenário de renovável às custas de grandes hidrelétricas e etanol.

Além disso, de acordo com o relatório, a energia eólica atraiu a maior parte dos aportes (US$ 50,2 bilhões de dólares). Dessa forma, a potência instalada no mundo saltou de 1,9 GW em 1990 para 39 GW em 2003. Isso foi possível graças à redução do custo da energia eólica, em 1982 estava em torno de 3.500 Euros por kW, enquanto em 2002 caiu para 1.100 Euros.

Entretanto, em muitas regiões, como no Brasil, o período de melhores ventos é diferente do período de cheias, portanto, esta fonte pode ser empregada de forma complementar à hidroeletricidade. Em países com matrizes energéticas fortemente dependentes de termoeletricidade, a difusão do uso de energia eólica pode significar uma grande redução das emissões de gases.

Sendo assim, as hidrelétricas têm sido bastante questionadas quando se trata de grandes aproveitamentos, uma vez que quando suas bacias de reservatórios são grandes e acabam inundando vegetações, elas podem levar a grandes emissões de gases. Além disso, a construção de suas bacias pode requerer grandes deslocamentos de pessoas. Por essas razões, organismos internacionais praticamente cortaram linhas de financiamento para grandes hidrelétricas há algum tempo.

No entanto, o mercado que mais cresceu foi o de energia solar. O segmento recebeu cerca de US$ 28,6 bilhões, três vezes mais que em 2004. Vários países vêm adotando programas agressivos visando a sua massificação. Há no mundo cerca de 62 milhões de m2 de coletores, mais da metade na China, cerca de 25% na UE e cerca de 20% no Japão. Isso foi possível graças a sua redução do seu custo, em 1982 era cerca de 13.000 Euros e em 2002 caiu para cerca de 6.000 Euros.

Já a energia solar fotovoltaica vem recebendo massivos incentivos de países desenvolvidos, uma vez que uma pequena área do planeta permite suprir as necessidades energéticas da humanidade. Dessa forma, nos últimos anos, o Japão, países europeus e os EUA vêm aumentando significativamente o uso de painéis fotovoltaicos conectados à rede, que dispensam a necessidade do uso de baterias. Sendo assim, a produção mundial de células fotovoltaicas em 2003 foi de 742 MWp, 40 % maior que a de 2002.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Fontes renovável - Outros países - 5/7




Índia


Sendo a Índia o terceiro país em consumo energético, ficando atrás apenas da China e do Japão, possui 66% de sua capacidade energética devido a usinas termais de carvão, 26% com unidades impulsionadas por gás ou petróleo, e o 8% restante com usinas nucleares ou de energias renováveis. Dessa forma, Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD) impulsionou recentemente o uso de energia renovável na Índia com um empréstimo de US$ 79,3 milhões à empresa Tata Power, para construir duas instalações de energia eólica no estado de Maharashtra. Sendo assim, espera – se que as centrais eólicas a serem construídas produzam cerca de 100 MW de potência.

Além disso, o BAD pretende criar um Fundo de Cooperação para o Financiamento de Energia Limpa, ao qual espera destinar US$ 250 milhões para o desenvolvimento destas energias na Ásia. Nesse sentido, o fundo convida os associados para o desenvolvimento do BAD a cooperar no financiamento de projetos de energia limpa na região, uma vez que aportam uma plataforma para acolher subvenções, empréstimos, garantias e outros tipos de contribuição para projetos de energia limpa. Segundo a instituição, o crescimento da população e a industrialização na região da Ásia e do Pacífico leva a um rápido aumento na demanda de serviços energéticos.


Contudo, esse projeto participa dos esforços internacionais para impulsionar o desenvolvimento de energias renováveis, contribuindo para a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa. Uma vez que, as centrais eólicas contribuirão para reduzir em 2,6 milhões de toneladas as emissões de dióxido de carbono na atmosfera durante os 20 anos de vida mínima dessas centrais.

Coréia do Sul

A Coréia do Sul possui 20 reatores nucleares em operação que produziram, em 2007, 35,3% da energia consumida no país.


Estão sendo construídas mais 6 usinas com a previsão de um incremento de 30 GW até 2015. Cerca de 4.000 MW se encontram em construção e mais 2.000 MW já têm seus contratos assinados.


Até 2020, segundo o governo coreano, deverá construir mais 8 usinas nucleares. Essa iniciativa do país está sendo realizada devido ao elevado consumo de eletricidade, sendo que em 2004 o consumo per capita já era três vezes maior do que o do Brasil.


A política energética do país privilegia as iniciativas nucleares levando em consideração a segurança e a confiabilidade do suprimento de energia, uma vez que o país não dispõe de fontes renováveis em seu território.

sábado, 7 de março de 2009

Fontes renovável - Japão - 4/7



Japão

Em 2007, o Japão produziu cerca de 27,6% da energia do país através de 55 reatores nucleares em operação. Além disso, 4 usinas estão sendo construídas para atender a demanda japonesa. Ademais, em maio de 2006, o Instituto Japonês de Economia (IEEJ) informou que a energia elétrica no Japão até 2030 deverá ser de 40% de fonte nuclear, sendo para isso necessário construir no mínimo mais 10 unidades.


O país reprocessava seu resíduo nuclear em usinas da França e da Inglaterra. Porém, em março de 2006, foi iniciado um teste da usina japonesa de reprocessamento de combustível irradiado na ilha de Honshu. Contudo, a operação comercial teve início nesse ano com o reprocessamento de 800 toneladas de urânio irradiado e a produção de 4 toneladas de plutônio. A junção dessas duas substâncias será convertida em combustível MOX e direcionada para as usinas nucleares do país.


Nesse sentido, Tokyo lançou recentemente uma nova meta ambiental: ter 20% de sua produção energética proveniente de fontes renováveis. Atualmente, apenas 2,7% do total da demanda energética da cidade são de fontes limpas.


Sendo assim, com a "Meta de Energias Renováveis de Tokyo", o governo pretende promover o design de casas com melhor aproveitamento de fontes renováveis e o uso de aquecimento solar doméstico. Essa postura foi adotada, pois a capital do país concentra 10% da população e das indústrias.


A nova medida faz parte de um pacote global de políticas ambientais a qual prevê o aumento de uso de fontes energéticas limpas, o incentivo a companhias para o uso de veículos com baixas emissões de gases ou a instalação de aparelhos redutores de dióxido de carbono; além de regenerar áreas em espaços urbanos, promover a reciclagem de plásticos e eliminar problemas ambientais. Além disso, de 1994 até 2004, o Japão promoveu a instalação de tetos solares em 200 mil residências no denominado "Sunshine Program".


Seguindo essa trajetória, em agosto de 2007, o Ministério de Agricultura do Japão anunciou um projeto de produção de biocombustível através de partes não comestíveis do arroz. Sendo assim, o governo japonês disponibilizou tecnologia para fabricar etanol a partir da palha do arroz. No entanto, infelizmente obtiveram bons resultados apenas nos laboratórios.


Atualmente, o etanol é produzido por meio da cana – de – açúcar e do milho. Entretanto, em outros lugares do mundo já foram descobertos procedimentos para fabricar bioetanol a partir de outros vegetais, como, por exemplo, a mamona e a palha de trigo, revelada pela companhia canadense Iogen.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Fontes renováveis - China - 3/7


China

O consumo anual de energia na China atingirá o equivalente a 300 milhões de toneladas de carvão até 2010, o que representará 10% do total de consumo de energia por ano no país. Visto que a matriz energética da China é baseada essencialmente em carvão e também o consumo per capta do país é cerca da metade do brasileiro, a opção chinesa pelas energias renováveis está associada à sua grande demanda e à estratégia do governo de diversificar ao máximo sua matriz energética para evitar colapsos no fornecimento.

Visto que o país conta com ricas fontes renováveis, das quais são incluídos recursos hídricos, eólicos e solar, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma lançou um programa de desenvolvimento da energia renovável a médio e longo prazo, obtendo uma elevação em seu consumo de 8% para 15%. Porém, para isso, o país prevê um investimento de dois trilhões de yuans.

De acordo com o programa, o consumo de energia renovável em 2010 será de aproximadamente o dobro do nível de 2005, o equivalente a 166 milhões de toneladas de carvão, levando a redução da emissão de 3 milhões de toneladas de dióxido de enxofre e mais de 400 milhões de toneladas de dióxido de carbono.

O país contará com hidrelétricas com capacidade instalada de 190 milhões de KW, e projetos de energia eólica com capacidade instalada de 10 milhões de KW. Além disso, está previsto também projetos de bioenergia que atingirão 5,5 milhões de KW, incluindo propostas de energia solar com capacidade de 300 mil KW.

Atualmente, a China possui 16 usinas nucleares em operação, 7 em construções e construirão 54 novas usinas nos próximos 30 anos. Sendo assim, o país produz 2% de sua energia elétrica através de usinas nucleares e pretende chegar a 4% até 2020, com aumento de capacidade previsto em 40 GW.

Para o desenvolvimento da energia renovável, o país irá promover subsídios estimulando o uso de potenciais eólicos e solares. Sendo assim, as finanças e os impostos centrais adotarão as políticas preferenciais através de ajudas específicas, como redução e isenção de impostos. Além disso, o país intensificará a pesquisa científica e a formação educacional. O governo investirá menos de 20% do total e mais de 80% das verbas serão investidas por empresas, as quais produzirão e venderão energias petrolífera, química e elétrica (petróleo, gás natural e carvão).

Entretanto, o desenvolvimento da energia renovável na China enfrenta dificuldades, tais como, a escassez de recursos petrolíferos e de gás natural e a grande quantidade de carvão na produção de energia do país, portanto, fica difícil sustentar seu desenvolvimento e proteger o meio ambiente contando apenas com combustíveis fósseis.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Fontes renováveis: Brasil (2/7)






Brasil


Um dos acordos firmados entre os participantes da Conferência de Bonn foi que todos os países registrassem seus compromissos concretos do uso de energias renováveis, sua conservação e difusão tecnológica.

Dessa forma, o Brasil assumiu cinco compromissos: implementação do programa “Luz Para Todos”, o qual usará tecnologias convencionais e renováveis; implementação do programa de biodiesel; disponibilização de tecnologia de produção de álcool combustível para uso em mistura com gasolina; ampliação da capacidade de geração de energia hidroelétrica e disponibilização da tecnologia para outros países; e por fim, a implementação do PROINFA, o qual foi criado em 2002 com o objetivo de assegurar um maior número de estados no programa, incentivo à indústria nacional e exclusão dos consumidores de baixa renda do pagamento do rateio da compra da nova energia. Sendo assim, o PROINFA visa à diversificação da matriz energética brasileira, aumentando a segurança no abastecimento; a valorização das características e potencialidades regionais e locais, com criação de empregos, capacitação e formação de mão – de – obra; e a redução de emissão de gases de efeito estufa.

Nesse sentido, o PROINFA alcançou alguns resultados positivos, como a absorção de novas tecnologias, principalmente a eólica. Além da criação de 150.000 empregos diretos e indiretos, de 144 projetos contratados. Ademais a capacidade instalada chega a 3,300 GW com geração de 12,013 GWh / ano. Assim, esse programa conseguiu uma receita de 1.844 R$ milhões / ano, com investimento total de 8.559 R$ milhões e com 6.847 R$ milhões de financiamento. Contudo, prevê – se uma redução da emissão de 2,8 milhões de toneladas de CO2 / ano devido à diversidade da matriz energética brasileira (eólica, biomassa, hidroelétricas e energia solar).
Sendo assim, o Brasil está entre os países que mais utilizam fontes renováveis devido seu uso da água para a geração de energia. Atualmente, mais de 90% da energia gerada provém da hidroeletricidade, da biomassa e do vento. Isso insere o país em uma boa condição frente ao Tratado de Quioto, documento assinado por países que integram a Organização das Nações Unidas (ONU) a fim de reduzir as emissões de gases do efeito estufa e, conseqüentemente, diminuir o aquecimento global.

Atualmente, o setor hidrelétrico representa 83% de capacidade instalada; os 17% restantes são gerados por termelétricas, que usam as fontes mais variadas, como a energia nuclear e gás. Dessa forma, o Brasil possui um dos maiores potenciais hidrelétricos do mundo, além disso, como o país está em crescimento, sua demanda por energia é cada vez mais ampla. De acordo com o Plano Decenal de Energia Elétrica 2006/2015, o sistema brasileiro passará a contar com mais de 10,6 mil MW gerados pelos rios nos próximos quatro anos. Até 2015, serão mais 31,1 mil MW.

Contudo, tanto esse projeto quanto o Plano Nacional de Energia (que tem horizonte para 30 anos) são desenvolvidos levando – se em conta as diretrizes do novo Plano Nacional de Recursos Hídricos.Para conseguir captar todos esses recursos o governo realiza programas de incentivo às fontes alternativas de energia elétrica, os quais englobam planos de apoio da Eletrobrás, BNDS, BB, BNB, ADA, ADENE e CEF.

OBS: As fontes serão colocadas ao final da serie das 7 repostagens

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Fontes renováveis - Introdução (1/7)

Capitulo 1

Cerca de um terço da população mundial não possui acesso a nenhuma fonte de energia. Enquanto isso, alguns países desenvolvidos convivem com altos níveis de desperdícios, sendo que um quarto da sua população mundial consome cerca de três quartos dos recursos do planeta.
Visto que a energia mundial é um produto fundamental para a melhoria das condições de vida e visando o progresso econômico das sociedades, os países estão em busca do aproveitamento das fontes mais baratas disponíveis, porém para isso, há a dependência das condições naturais locais e de disponibilidade tecnológica.

Contudo, muitos países desenvolvidos, mas poucas fontes primarias de energia tem investido no desenvolvimento tecnológico voltado ao uso de fontes renováveis de energia, os quais se destacam a Alemanha, o Japão e os EUA. Seus focos principais são a preocupação com o meio ambiente e com a redução da dependência de fontes de energia importadas.


Dessa forma, partindo da Alemanha, 154 países se reuniram em Bonn, entre 1 e 4 de Junho de 2004, para discutir a temática das energias renováveis. Este encontro representou promover a massificação do uso das fontes renováveis visando à ampliação do acesso a energia para cerca de um terço da população mundial.


No Brasil é estimada que 12 milhões de pessoas não possuam acesso a energia elétrica. Entretanto, há países em pior situação de acordo com os dados apresentados durante esse evento, os quais indicam que em alguns lugares esse índices alcança oitenta 80%. Sendo assim, seria necessária a ajuda de fundos internacionais para auxiliar as regiões e países nessa situação. Contudo, os resultados alcançados durante a conferencia se limitaram apenas a alguns anúncios de mais recursos bancados, em sua maior parte, pelo governo alemão. Alem disso, entre 1990 até 2004, o Banco mundial elevou de 4% para 14% de sua carteira o montante reservado para Energia Renovável e Eficiência Energética, representado um montante de US$3,1 bilhões.


Contudo, os totais dos investimentos mundiais em energia renovável saltaram de cerca de US$ 6 bilhões em 1995 para aproximadamente US$ 20 bilhões em 2003. Porém, apesar do avanço ainda são necessários captar mais recursos.


Visto isso, nosso trabalho tem o intuito de analisar as diversas fontes de energia renováveis adotados pelos países que se desenvolveram tardiamente. Com isso, poderemos comparar os distintos fatores que levaram o Brasil, China, Índia, Coréia e Japão a tomaram certas posturas em relação a preocupação do suprimento de energia e com meio ambiente. Então essa foi a primeira reportagem de uma serie de sete. Falarei sobre cada país desses que seguem Brasil, China, Índia, Coréia e Japão.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Gustavo Ferrara por Gustavo Ferrara

Gustavo Hildebrand Ferrara.

Formado em Administração de Empresas pela FACAMP. Ao entrar no curso começou a trabalhar no Laboratório ADV – Tayuyna, onde permaneceu por um ano. No final de 2002 passou a desenvolver trabalho voluntário junto a faculdade, participando com da fundação dos Diretório Acadêmico da FACAMP e das Atléticas da faculdade onde passou por grandes alegrias construiu muito. Em 2005 estagiou na Siemens dentro da área de controladoria. Com o final do estágio, migrou para a indústria farmacêutica EMS, na área de marketing estratégico, com o foco no produto Energil C. Seguindo seu sonho de trabalhar com mercado, fez a pós-graduação na UNICAMP, em Marketing Organizacional, se apaixonando por estudos de mercado e análise de negócios. Voltou para faculdade para cursar Economia decidindo assim que daria continuidade à sua vida com a carreira acadêmica. Hoje é professor da FACAMP, na área de Administração de Empresas. Faz mestrado em engenharia civil na área de Recursos Hidricos, Energéticos e Territorial. Gustavo comenta: "Minha paixão é trabalhar com mercado e desenvolver estratégias, estudos para desenvolvimento de novos produtos, projetos e negócios. Alem de construir o conhecimento e transmitir meus ensinamentos através das minhas aulas." Esses fatores o motivam a construir a empresa HildeBrand Marketing. É um sonho que se realiza a cada dia. E a vida não é feita de sonhos?